sexta-feira, 18 de outubro de 2013

SOCIEDADE

População
Os Selêucidas herdaram o controle aquemênida de várias nacionalidades. As maiores populações eram de iranianos, gregos e mesopotâmicos. No entanto, em vez das antigas elites iranianas, o Império Selêucida baseou-se na população greco-macedônia. Os reis selêucidas fundaram numerosas colônias greco-macedônicas na Síria, Babilônia, Irã e Báctria para reforçar e estabilizar o domínio de sua dinastia. Porém, no Oriente do reino, os greco-macedônios eram uma minoria. No Ocidente, no entanto, especialmente na Ásia Menor e na Síria e Palestina, uma helenização permanente das populações nativas foi posta em movimento ocorrendo casos de assimilação, sincretismo e até revoltas, como a dos judeus palestinos.  Os Selêucidas tinham dois diferentes tipos de cidades: as colônias civis e as colônias militares, relativamente autônomas, como as antigas cidades gregas na Jônia, com as quais os reis selêucidas procediam com relativa tolerância. Embora essas cidades fossem parte do Império, eles mantiveram a sua autonomia formal e tiveram o exercício da legislação local pouco perturbado, enquanto tributos regulares fossem pagos ao rei, que, todavia, não abria mão de intervir na política dessas cidades: Os reis selêucidas costumavam instalar seus partidários nas elites para asseguram sua suserania.
Tell Omar: um dos locais da antiga cidade de Selêucida sobre
 o Tigre, uma das colônias selêucidas na Mesopotâmia
As cidades-colônias tinham greco-macedônios como habitantes e eram um reservatório de soldados para a falange, o coração do exército selêucida. A população não grega estava envolvida em menor escala no governo nacional. Os membros das autoridades centrais e locais eram recrutados dos chamados amigos do rei, de modo que eles eram geralmente de origem grega. As diferentes nacionalidades, no entanto, eram governadas localmente por suas próprias elites, como em Jerusalém ou Babilônia. Os reis selêucidas tentaram (embora sem muito sucesso) não serem percebidos pelas nações como estrangeiros invasores. Durante as Guerras dos Diádocos pelo controle do império de Alexandre, Seleuco I prevaleceu contra Antígono na Babilônia porque ele contou com o apoio do povo local. Portanto, os reis procuravam quanto possível adequar seus interesses aos governantes, tradições e religiões regionais como, por exemplo, o estabelecimento de edifícios representativos nos estilos arquitetônicos típicos regionais.
Representação selêucida de Hércules em Behistun, Irã, local
tradicional de arte politico-religiosa do Império Persa Aquemênida

Intercâmbio Cultural
O Império Selêucida ocupava uma grande área geográfica que ia desde o Mar Egeu ao que é hoje o Afeganistão e o Paquistão, criando um caldeirão de diferentes povos: gregos, persas, medos, assírios, judeus, etc. O grande tamanho do império, seguido por sua natureza aglutinadora, fez com que os governantes selêucidas estivessem interessados na implementação de uma política de integração racial utilizando o helenismo como cimento. Tal procedimento teve início com Alexandre Magno. A helenização (difusão da cultura grega) do Império Selêucida foi estimulada através da criação de cidades gregas em todo o império. As vilas e cidades historicamente importantes, como Antioquia, foram criadas ou rebatizadas com nomes gregos mais apropriados. A fundação de novas cidades e vilas helenizadas se beneficiou do fato de que a Grécia europeia estava superpovoada, que fez o vasto Império Selêucida adequado para a imigração colonização grega e facilitando a assimilação da cultura helênica por muitos grupos orientais. Evidentemente, os nativos orientais também adotaram os costumes helênicos para poderem participar da corte e da vida pública do império. Em contrapartida, a classe dirigente greco-macedônica também adotou muitos costumes orientais. Os Selêucidas construíram centenas de cidades e mantiveram ou reformaram a infraestrutura dos antigos reis persas. As cidades foram baseadas no modelo grego da pólis, com ginásios, anfiteatros e praças. De um modo geral, influência grega era estritamente limitada às cidades e afetou pouco às áreas rurais.
Arquivo: Apamea 01.jpg
Ruínas da cidade selêucida de Apameia na Síria

A Difusão do Helenismo
Por volta de 310 a.C., as ideias helênicas sob patrocínio dos Selêucidas iniciaram seus quase 250 anos de expansão no Oriente Médio, Oriente Médio e as culturas da Ásia Central. Foram essas ideias que moveram sistema governamental do império que criou centenas de cidades para fins profissionais e comerciais. Muitas das cidades existentes começaram (ou foram obrigadas pela força) a adotar os pensamentos filosóficos, políticos e religiosos helênicos. A síntese das ideias culturais, religiosas e filosóficas gregas e orientais encontrou diferentes graus de aceitação, muitas vezes resultando em tempos de paz e rebelião simultâneos em várias partes do império. Tal foi o caso da população judaica, que levou até a guerra (na Palestina) sua não adequação à helenização. Ao contrário da natureza tolerante do Egito ptolomaico para com religiões e costumes nativos (inclusive judeus), os Selêucidas tentaram gradualmente forçar a helenização do povo judeu no seu território, chegando a proibir o judaísmo. Isto eventualmente levou à revolta dos judeus do domínio selêucida, culminando com a sua independência.
Ruínas do porto da cidade de Selêucia Piéria na Turquia

Religião
Os reis selêucidas tentaram garantir o seu domínio sobre as diversas nacionalidades adotando, com influxos gregos, uma prática comum no Oriente: o culto dinástico, o rei e sua família como representação da divindade na Terra. Inicialmente planejado para o governante falecido, a partir do século II a.C. Foi estendido aos reis em vida e sua família. O culto ao governante era mais político e do que religioso. Ele deveria aumentar o controle do Império Selêucida sobre seus súditos. Seguindo o exemplo dos Aquemênidas, o Selêucidas toleravam as demais religiões e procurava assimilá-las a sua cosmovisão governamental, o que não evitou confrontos. O deus grego Apolo era considerado como o progenitor da dinastia (seria o verdadeiro pai de Seleuco I), cujo santuários estavam em Delfos e Delos e, especialmente, o de Dídimos, restaurado por Seleuco I.
ruínas do templo de Apolo  em Dídimos (Turquia)

Artes e Ciências
A mais famosa obra de arte no Império Selêucida foi a estátua da deusa Tique elaborada por Eutíquides para a cidade de Antioquia (293 a.C.), da qual se tornou símbolo. O artista representou a deusa sentada sobre uma rocha, coroada por torres e tendo aos pés a personificação do rio Orontes (em cujas margens se encontrava a cidade). Esse modelo foi mais tarde copiado pela maioria das outras cidades gregas fundadas desde então. A estátua foi concluída ainda sob Seleuco I. A deusa Tique era a deusa da fortuna, da sorte, do destino. Ela simbolizava adequadamente a perspectiva das pessoas naquela época de condições caóticas das disputas entre os Diádocos (sucessores de Alexandre Magno) em que um homem como Seleuco, originalmente com poucos seguidores, foi capaz de ascender a governante de um vasto império. 
Ficheiro:Tyche Antioch Vatican Inv2672.jpg
Tique de Antioquia: cópia do período romano a partir do original de Eutíquides
Os Lágidas em Alexandria e os Atálidas em Pérgamo tinham seus centros culturais e difusores do helenismo, com suas famosas bibliotecas, mas não havia nenhum centro intelectual no reino selêucida. Isto se deve em parte ao fato de que o rei e sua corte migravam muito devido ao tamanho do império. Não havia, portanto, uma instituição cultural permanente e sólida que pudesse apoiar a ciência dos Selêucidas. Embora em Antioquia da Síria houvesse uma biblioteca, não era do porte das bibliotecas de Alexandria e Pérgamo. No entanto, a corte selêucida manteve famosos poetas e pensadores da época helenística. Destacaram no Império Selêucida médicos como Erasístrato (considerado pai da Fisiologia) e seus alunos e o sacerdote historiador Beroso que escreveu em grego a história da Babilônia sob o patrocínio de Antíoco I. Antíoco III promoveu o poeta Eufórion e alguns historiadores. Além disso, os pesquisadores selêucidas levaram várias expedições ao mar Cáspio, Golfo Pérsico e ao rio Ganges .
Reconstrução da antiga cidade mesopotâmica de Uruk no período selêucida


FONTES:
http://es.wikipedia.org/wiki/Imperio_sel%C3%A9ucida
http://de.wikipedia.org/wiki/Seleukidenreich#Kultur http://www.iranchamber.com/history/seleucids/seleucids.php http://pt.wikipedia.org/wiki/Euf%C3%B3rion_de_C%C3%A1lcis
http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0623 http://lakesideministries.com/2ndCovenant/Acts/Acts_Images/ActsPict-Seleucia.htm http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=361594
http://www.centroscavitorino.it/progetti/iraq/images/seleucia/large/33-TellOmar.jpg
http://www.iranicaonline.org/articles/bisotun-ii
http://artefacts-berlin.de/uruk-seleucid/index.php?l=eng

Nenhum comentário:

Postar um comentário